memória, tempo e
afeto
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Débora Shoenhals, acadêmica do curso de
Letras da UNIVILLE
Jéssica Duarte de Oliveira, acadêmica do
curso de Letras da UNIVILLE
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Referência
do Texto:
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MÃE,
Valter Hugo. Notas incompletas sobre
assuntos do tempo. Curitiba: Gusto Design, 2014. p. 17-23.
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Palavras-chave
(3):
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Notas; memória; tempo.
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Desenvolvimento
do Texto:
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“Notas
incompletas sobre assuntos do tempo”, escritas por Valter Hugo Mãe e
apresentadas pelo autor no Festival Literário “Litercultura” em agosto de
2014. Transcrito em sete páginas, sem figuras ou imagens, discorre sobre os
assuntos que permeiam a efemeridade do tempo e a memória, como ele próprio
expõe como “a única possibilidade de regresso” quando, um dia, somente ela
restará. Todavia como um refúgio para nos deter naquela brevidade de outrora
que o tempo insiste em apagar.
O texto inicia com uma breve reflexão sobre o
passar e a crueldade do tempo, mencionando a memória como a única
sobrevivente deste e, então, nem mesmo ela restará. Em seguida, o autor
utiliza da construção de memórias afetivas para ilustrar os significados que
nos tornam humano, encerrando suas reflexões com a conclusão de que o amor é
o que torna a memória algo intrínseco ao ser humano, e não a materialidade do
corpo e dos objetos.
Hugo Mãe compara o tempo como um roedor que
enumera o envelhecimento e com ele as coisas boas se dissipam. O tempo é um
verme que corrói devagar todas as coisas boas da vida quando tudo o que
desejamos é que ele seja todas as maravilhas, tudo aquilo que amamos juntos e
contemplando a beleza que é viver.
O autor nos apresenta a seguinte frase em um
tom aparentemente autobiográfico:
Eu
respondi que nós somos o que somos também porque estamos rodeados do que nos
rodeia e o único modo de tudo continuar é cuidar que nada se perca. O meu pai
disse: isso é memória. Não é uma árvore, é a memória da árvore que vai ser
fundamental na tua vida. (MÃE, 2014, p. 18)
Embora
aquilo que nos rodeia constitua o nosso ser, é a lembrança de todas as coisas
que futuramente nos dirão quem fomos, pois as árvores podem ser cortadas, as
pessoas se vão, as coisas vão sendo substituídas, porém seu significados,
suas sensações provocadas em nós, nos habitarão e nos dirão que realmente
tudo o que aconteceu realmente aconteceu, e através do tempo nós
permanecemos, principalmente quando sabemos nos reconhecer no outro e sermos
reconhecidos numa reciprocidade e “num
grau de desarmada intimidade”.
Nós
estamos de volta quando alguém acompanha a nossa história, quando alguém sabe
de que árvore estamos a falar. Se ninguém acompanhar a nossa história a
gemente não volta porque não tem para onde voltar, simplesmente seguimos sem
sentido porque tudo quanto somos e fazemos se desperdiça na solidão. A
solidão pode ser um estágio, mas ela não é um destino do homem. Ela é uma
experiência do homem mas aquele que se entrega à solidão optou por perder a
humanidade. (MÃE, 2014, p. 19)
Para o autor, o sentido da vida está nos
outros que dão origem, legitimam e completam a nossa existência, bem como é
através dos outros que a felicidade se faz, na troca, na partilha, no
acolhimento.
A
humanidade é memória e, por isso, é um coletivo. A humanidade implica
regresso e o regresso, (...) é lembrar e ser lembrado. Ser gente implica os
outros e os outros são a nossa transcendência, aquela que verdadeiramente nos
deve preocupar. Assim, ainda que algo esteja fora de mim pode ser essencial
para me completar, identificar, definir. Por natureza, mesmo na hipótese de
deus não existir, a humanidade já é transcendência. Ela está acima do corpo,
ela está no outro, começa com a existência do outro. (MÃE, 2014, p. 19)
Nós transcendemos do outro, somos parte dos
nossos pais, por exemplo, e ao sermos. Como o autor coloca, quando alguém ver
nas ruas a nossa mãe ou nosso pai, pode-se dizer que está vendo a nós mesmos.
Partes de nós que habitam aquela pessoa.
Também nas coisas, nos objetos, nós
transcendemos, pois neles há muito o que contar de nós. Neles depositamos
nossas melhores ou piores lembranças. De uma viagem concretizada ou não, dos
lugares visitados, de pessoas especiais, que permanecem ou que se foram, de
momentos, de sabores, de saberes. Somos parte daquilo que temos. Guardamos
partes de nós e essas partes de nós são pequenos fios de memória que se
impregnam sutilmente naquilo que possuímos.
E toda essa transcendência, essa parte de nós
que está fora de nós, está definida pela memória. E a memória é afeto, é ter
a quem chamar de lar, é o oposto da solidão. É apenas na conexão humana que o
ser humano se reconhece enquanto pertencente a algo maior que ele próprio:
Quando o filósofo Edmund Husserl define a transcendência como aquilo
que está fora de nós, talvez não tenha perspectivado que a identidade do
humano está fora de cada um. A humanidade é memória e, por isso, é um
coletivo. A humanidade implica regresso e o regresso, como bem aprendi com o
meu pai, é lembrar e ser lembrado. (MÃE, 2014, p. 20)
De forma sutil, em meio ao fluxo de
pensamentos frenéticos expressados com uma linguagem lírica que levam o
leitor a acreditar que ele próprio vivenciou as memórias relatadas no conto,
chega-se ao fim de toda a memória com a inevitável morte. Hugo Mãe diz que
“conceber a morte parece sinal de desistência” (MÃE, 2014, p.21) quando se
perde alguém sem estar preparado. É inevitável a reflexão de onde está
localizada a memória quando se trata deste assunto, se o corpo, mero objeto,
é o suficiente para carregar a conexão humana como as árvores da infância do
autor carregaram, um dia, o sentimento de pertença:
Eu
mantinha na cabeça a história da memória das árvores. Pensava em como seria
verdade ou mentira a necessidade de manter apenas a memória. Se eu ainda
lembrasse muito o meu pai, seria possível que vê-lo tornado esqueleto me
parecesse normal. Essa era a questão. Poderia aquele esqueleto ser ainda a
memória bastante do meu pai, ao ponto de eu sentir que tinha mais um dia com
ele, um maravilhoso e inesperado dia extra. (MÃE, 2014, p. 22)
E é então, com a brutalidade do tempo e o
decompor da carne, que o autor concluí que não é a materialidade que carrega
a ternura da memória. O corpo, os objetos e as árvores nada mais são do que
receptáculos de sentimentos que extravasam a razão. O tempo, que outrora fora
comparado com um verme, pode destruir tudo, e o que resta, no final, é o
amor. Amor esse, como colocado por Hugo Mãe, que se sente por dentro, na
alma.
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Observações:
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Mesmo
para leitores que nunca refletiram a respeito desse tema, o texto não é de
difícil entendimento, uma vez que a liricidade construída pelo escritor
conversa com a essência de todos que um dia se conectaram a algo ou a alguém.
As palavras selecionadas são de fácil compreensão, ainda que a grafia esteja
no português lusitano e muitas vezes os sinais de pontuação e suas regras
sejam deixados de lado por questões estilísticas. O texto é carregado de
reflexões acerca de algo que une os homens: o sentimento.
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RESENHA DA OBRA "NOTAS INCOMPLETAS SOBRE ASSUNTOS DO TEMPO", DE VALTER HUGO MÃE, POR DÉBORA SHOENHALS E JÉSSICA DUARTE DE OLIVEIRA.
Resenha da peça "Vozes de Abrigo", com texto e direção de Fábio Nunes Medeiros - 2017, por Taiza Mara Rauen Moraes
VOZES DE ABRIGO
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Profa. Taiza
Mara Rauen Moraes
Mestrado
Patrimônio Cultural e Sociedade/Letras/PROLER UNIVILLE
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Ficha técnica do espetáculo dramático
musical com teatro de animação:
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Vozes de abrigo
Ano de Lançamento: 2017
Gênero: espetáculo dramático
musical com teatro de animação
Texto e Direção: Fábio Nunes Medeiros
Direção Musical: André de Souza
Assistência de direção: Jordana Carvalho
Meirelles
Assistência de produção: Ana Paula
Melgarejo, Carol Scabora, Rosane Freire
Atores-animadores: Dayane Padilha, Hudson
Biscaia, Janaina Graboski, Jean Cequinel, João Muniz, Júnior Obata, Maicon
Silvério, Paola Kulik
Orientação da equipe de visualidades: Flávio Marinho
Cenário e figurino: Fábio Nunes
Medeiros
Costura: Deo Araújo e Juraci Carneiro
Formas animadas: Alan Martins, Anne Caetano,
Fábio Nunes Medeiros, Flávio Marinho, Hudson Biscaia, Janaína Graboski, Jean
Cequinel, João Muniz, Júnior Obata, Lucas Berthier Cardoso, Renan Turci
Modelagem dos bonecos: Fábio Nunes
Medeiros, Flávio Marinho, Hudson Biscaia
Iluminação: João Muniz e Fábio Nunes Medeiros
Músico: André Souza (piano)
Cenotecnia: Lucas Berthier Cardoso
Maquiagem: Daiane Padilha e Janaína Graboski
Assessoria de comunicação: Rosane Freires
Design Gráfico: Wanderson Barbieri Mosco
Teaser:Renan Turci
Fotografia: Juliana
Luz
Filmagem: A lan Martins e Flávia Wolfart
Operação de luz: Jordana Carvalho Meirellles e Maycon
Lorkievicz
Equipe de apoio: Ingrid Vidal, João Daniel
Vidal
REALIZAÇÃO: LAICA / APOIO:
Faculdade de Artes do Paraná / UNESPAR
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Palavras-chave
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VOZES – ABRIGO - SONHOS
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Desenvolvimento
do Texto:
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Vozes
de abrigo, espetáculo dramático
musical com teatro de animação, escrito e dirigido por Fábio Nunes Medeiros e
musicado por André de Souza, grita e ecoa a solidão humana, a dor e a luta
para a construção de sonhos alimentadores da existência. Existir é interagir
com o outro, nascemos da união de dois seres e nos constituímos dia a dia na
relação com o outro numa troca de experiências/vivências/sonhos delineando
histórias que nos marcam como sujeitos no mundo. A peça Vozes de Abrigo põe em pauta
experiências de rejeição de crianças invisíveis que lutam pela visibilidade e
para sair do não-lugar do abandono acionando as linguagens do teatro de
animação e do drama musical. O espectador é chamado cena a cena para ativar sua
“anima”/”humanizar-se” e olhar para o outro num movimento metafórico de auto
constituir-se, perceber o outro e perceber-se numa relação contínua de
imbricamentos de sentimentos e emoções. O abandono é configurado como desumanizador
por matar gradativa e lentamente a seiva que circula nas nossas raízes,
eliminando a água fonte da vida. A montagem articula histórias fictícias e
reais de crianças abrigadas, contadas com a magia teatral de atores/manipuladores
de bonecos e que se transfiguram em marionetes desvelando o jogo social que
transforma sujeitos em objetos e manipula sonhos. Viver é experienciar
aconchegos e abandonos, assim a peça é um clamor de vozes musicais para que
reavivemos nossa humanidade acolhendo e abrigando o outro em nossos
sonhos.
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SÍNTESE DA PEÇA TEATRAL
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Resenha Crítica do filme "Medianeras - Buenos Aires na Era do Amor Virtual", de Gustavo Taretto, por Taiza Mara Rauen Moraes
MEDIANERAS - BUENOS AIRES NA ERA DO AMOR VIRTUAL
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Taiza Mara Rauen Moraes
Mestrado Patrimônio Cultural e Sociedade/ Letras/ PROLER UNIVILLE
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Referência/ficha técnica do filme:
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Medianeras- Buenos Aires na Era do amor virtual
Ano de Lançamento: 2011
Gênero: Romance, Comédia, Drama.
Direção: Gustavo Taretto
Roteiro: Gustavo Taretto
Elenco: Adrián Navarro, Carla Peterson, Inés Efron, Javier Drolas, Pilar López de Ayala, Rafael Ferro, Romina Paula
Fotografia: Leandro Martínez
Trilha Sonora: Gabriel Chwojnik
Duração: 95 min.
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Palavras-chave (3):
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ESPAÇO URBANO - BUENOS AIRES - AMOR NA ERA VIRTUAL
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Desenvolvimento do Texto:
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Medianeras - Buenos Aires na Era do amor virtual foca em sua narrativa duas vidas solitárias: Martin (Javier Drolas), um escritor solitário que detesta sair de seu pequeno apartamento e Mariana - arquiteta (Pilar López de Ayala), recém-traumatizada pelo término de um relacionamento de quatro anos, que vive num apartamento próximo de Martim, porém separados por medianeiras, paredes muros, que separam espaços e vidas. Ambos moram na metropolitana Buenos Aires, cidade desvelada em cenas panorâmicas que explicitam sua beleza e suas contradições. Martin, verbaliza a solidão num mundo tecnológico-“Há algo mais desolador no século 21 que não ter nenhum e-mail na caixa de entrada?” e Mariana num convívio silencioso com livros e com manequins de vitrines dialogando consigo mesma. O isolamento dos protagonistas é mostrado como decorrente da degeneração das relações sociais advindas do excesso de urbanização e do isolamento físico do mundo tecnológico. A trama é tecida pela exposição das vidas solitárias dos protagonistas, seus problemas, suas neuroses. As sequências narrativas apresentam como os personagens lidam com a solidão: Martin sai com Ana, passeadora de cachorros, ou com Marcela, que conhece pela internet, e Mariana com um amigo do trabalho e um homem que conhece na natação. Apesar de serem vizinhos e de passarem pelas mesmas ruas e frequentarem a mesma academia de natação, não se conhecem. O filme se fragmenta em três tempos: outono, inverno e primavera, incorporando o pensamento filosófico proposto por Bauman em “Amor Líquido”, recortado na relação “Afinidade e Parentesco”. Segundo, Bauman, o parentesco é um laço irredutível e inquebrável, é aquilo que não propicia escolhas, enquanto que a afinidade ao contrário é voluntária, é uma escolha. Porém, numa sociedade que impera o descarte, até as afinidades se tornam raras e as pessoas clamam por amor e amparo, pois ser digno de amor é algo que só o outro pode demarcar. Daí a angústia do enfrentamento ante essa condição incerta e líquida - nas quais o amor nos é negado? Os amores e as relações humanas marcadas pela instabilidade metaforicamente indiciam que caminhamos sob neblina numa atmosfera sem nitidez. O mundo virtual introduz a facilidade de “desconectar-se” e assim as pessoas passam a ter dificuldades de manter um relacionamento de longo prazo, pois estão consumindo e se consumindo nas relações, ou seja, caso haja defeito descarta-se impedindo espaços de abertura para os sonhos e para as experiências que propiciam viver as contradições. Na cena final, Mariana e Martín se permitem viver seus sonhos... Martim se veste como o personagem Wally, do livro de cabeceira de Mariana, cujo foco narrativo é proporcionar ao leitor o encontro com o personagem no meio da multidão urbana e pela minúscula janela aberta clandestinamente na medianeira de seu apartamento o identifica na multidão urbana e corre ao seu encontro...
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SÍNTESE DO FILME: FALA DE MARTIN
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- Há algo mais desolador no século 21 que não ter nenhum e-mail na caixa de entrada?
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PUBLICAÇÕES ONLINE II
Hibridismos de linguagem - um recorte sobre a identidade cultural da língua alemã em Joinville (SC) - 2017
(Autoras: Taiza Mara Rauen Moraes e Jade Grosskopf)
“SE É SEMPRE OUTONO O RIR DAS PRIMAVERAS”: GÊNERO, PODER E BIOGRAFIA EM UMA ANÁLISE FOUCAULTIANA - 2017
(Autoras:Marília Garcia Boldorini, Roberta Barros Meira, Taiza Mara Rauen Moraes)
A LEITURA E A ESCRITA EM MUTAÇÃO: EXPERIÊNCIAS NO MEIO DIGITAL - 2016
(Autores: Adair Aguiar Neitzel, Taíza Mara Rauen Moraes, Cleide Jussara Muller Pareja)
MONTEIRO LOBATO: RACISTA OU RETRATISTA DE SEU TEMPO? -2016
(Autoras:Marília Garcia Boldorini1 Taiza Mara Rauen Moraes)
OLHARES SOBRE A VELHICE EM ESCRITOS POÉTICOS CONTEMPORÂNEOS DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, CECÍLIA MEIRELES E MÁRIO QUINTANA - 2016
(Autoras:Mara Falcão Palhares Barbosa, Taiza Mara Rauen Moraes)
“MEU PRIMEIRO VIOLINO” E A EXPERIÊNCIA DE NOVOS LEITORES NO CAMPO MUSICAL PARA A DIFUSÃO DO PATRIMÔNIO MUSICAL EM JOINVILLE – SC - 2016
(Autores: Pedro Romão Mickucz, Taiza Mara Rauen Moraes)
UMA EXPERIÊNCIA DE LEITURA DO LITERÁRIO EM MEIO VIRTUAL - 2015
(Autores: Taiza Mara Rauen Moraes, Carolina Reichert, João Marcos da Silva)
CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDOS: A MARGEM DO RIO – A MARGEM DA VIDA - 2014
(Autoras: Taiza Mara Rauen Moraes, Laura Meireles Gomes Moura)
FRAGILIDADES NA ESCRITA, FLUIDEZ RELACIONAL- 2014
(Autoras: Taiza Mara Rauen Moraes, Rosilda da Silva)
FLUXOS IDENTITÁRIOS A PARTIR DO REFERENCIAL LINGUÍSTICO E INTERFACES CULTURAIS: UM ESTUDO SOBRE TRANSFORMAÇÕES E DESLOCAMENTOS CULTURAIS ENTRE DESCENDENTES DE ALEMÃES EM JOINVILLE-SC - 2013
(Autores: Jailson Estevão dos Santos, Taiza Mara Rauen Moraes)
A POÉTICA DO CIBERESPAÇO: ENTRELAÇAMENTO DE DIFERENTES LINGUAGENS - 2012
(Autoras: Elisangela Viana, Taiza Mara Rauen Moraes)
A leitura e a escrita do literário em meio eletrônico - 2012
(Autores: Adair de Aguiar Neitzel, Luiz Carlos Neitzel, Taiza Mara Rauen Moraes e Elisangela Viana)
UM ESTUDO COMPARATIVO DAS PERSONAGENS OFÉLIA, DE CLARMI RÉGIS E DE SHAKESPEARE, ENFOCANDO: REPRESENTAÇÃO LITERÁRIA, LINGUAGEM E TEMPO - 2011
(Autores: Tânia Graciele Belo, Taiza Mara Rauen Moraes)
MONUMENTO AO IMIGRANTE: UMA ANÁLISE SEMIOLÓGICA - 2011
(Autoras: Eliana Terezinha Viana Moser, Taiza Mara Rauem Moraes)
(Autoras: Taiza Mara Rauen Moraes e Jade Grosskopf)
“SE É SEMPRE OUTONO O RIR DAS PRIMAVERAS”: GÊNERO, PODER E BIOGRAFIA EM UMA ANÁLISE FOUCAULTIANA - 2017
(Autoras:Marília Garcia Boldorini, Roberta Barros Meira, Taiza Mara Rauen Moraes)
A LEITURA E A ESCRITA EM MUTAÇÃO: EXPERIÊNCIAS NO MEIO DIGITAL - 2016
(Autores: Adair Aguiar Neitzel, Taíza Mara Rauen Moraes, Cleide Jussara Muller Pareja)
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(Autoras:Marília Garcia Boldorini1 Taiza Mara Rauen Moraes)
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CRIANÇAS E ADOLESCENTES ACOLHIDOS: A MARGEM DO RIO – A MARGEM DA VIDA - 2014
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FRAGILIDADES NA ESCRITA, FLUIDEZ RELACIONAL- 2014
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A POÉTICA DO CIBERESPAÇO: ENTRELAÇAMENTO DE DIFERENTES LINGUAGENS - 2012
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(Autores: Adair de Aguiar Neitzel, Luiz Carlos Neitzel, Taiza Mara Rauen Moraes e Elisangela Viana)
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MONUMENTO AO IMIGRANTE: UMA ANÁLISE SEMIOLÓGICA - 2011
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Resenha crítica do texto "O campo musical em expansão", de Lucia Santaella, por Marcus Carvalheiro
Resenha
Crítica
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Autor da Resenha:
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Marcus Carvalheiro
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Referência do Texto:
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SANTAELLA,
Lucia. O Campo musical em expansão.
In: Matrizes da Linguagem e
Pensamento: Sonora, Visual, Verbal. São Paulo: Iluminuras, 2005, pp.
81-96.
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Palavras-chaves (3):
|
Música;
linguagem; estética/técnica.
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Desenvolvimento
do Texto:
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Em O Campo Musical em Expansão,
Lúcia Santaella busca elucidar esta transição de percepção da arte no mundo
contemporâneo levando em consideração os aspectos estéticos e técnicos da
música. O texto faz parte do importante livro Matrizes da Linguagem e
Pensamento: Sonora, Visual, Verbal, Santaella aprofunda estudos desenvolvidos
por Charles Peirce. Após apresentar de forma densa a teoria das três
principais matrizes da linguagem e pensamento de Peirce (sonora, visual e
verbal) nos dois primeiros capítulos, Santaella aborda (podemos dizer que até
de forma poética) a expansão da música e os limites para tratá-la apenas a
partir da classificação em ritmo, melodia e harmonia. A autora trabalha em
torno de “nove modos de ouvir”. Estas nove subdivisões são feitas a partir de
três grandes níveis retirados do livro “O que é música”, de J.J. Moraes. São
eles: (1) ouvir emotivamente, (2) ouvir com o corpo e (3) ouvir
intelectualmente. Apesar de Santaella explicar que estes níveis se entrelaçam
e são inseparáveis, a autora chama atenção para o fato do mundo contemporâneo
e das novas tecnologias nos proporcionarem novas formas de ouvir, ou pelo
menos, formas mais detalhadas de especificar estas experiências.
Ouvir emotivamente corresponde ao primeiro efeito que a
música está apta a produzir no ouvinte. Ouvir com o corpo entra em
correspondência com o interpretante energético, visto que este diz respeito a
um certo tipo de ação que é executada no ato de recepção de um signo. Ouvir
intelectualmente significa incorporar princípios lógicos que guiam a recepção
da música” (SANTAELLA, 2005, p. 82)
A partir destes conceitos,
Santaella subdivide os grandes níveis de Moraes em nove modalidades, sendo as
primeiras do campo emotivo: (1.1) Qualidade de Sentir, em que a situação do
ouvinte é um “instante fugido” ou “um sentimento em si mesmo”; (1.2) Comoção,
uma experiência que “quer dizer, aquilo que nos move, que nos movimenta
interiormente”; (1.3) Emoção, quando nomeamos o sentimento, quando rotulamos
as músicas em alegres, tristes, melancólicas e outros. A partir do segundo nível, o de ouvir com o
corpo, Santaella especifica que há: (2.1) ouvir de corpo tomado, no qual “o ritmo penetra no corpo”, pois “o próprio
corpo parece ser a fonte geradora do ritmo”; (2.2) quando o ouvir é uma
contiguidade entre a música e o corpo, sendo a música algo que vem e “o
corpo, sem saber, já começa a se agitar”; (2.3) a dança coreografada, na qual
a coreografia funciona como tradução plástica do ritmo. Já no terceiro nível,
o intelectual, Santaella encontra outros três desdobramentos: (3.1)
Hipotético, quando o ouvinte, mesmo treinado, está “diante de um ato de
recepção em que seu intelecto não pode senão formular hipóteses”; (3.2)
Relacional, em que o ouvinte é capaz de perceber milimetricamente os jogos
das sobreposições e, por fim, a (3.3) escuta especializada, quando o ouvinte
conhece todos os sistemas de referência da música (2005).
Lúcia
Santaella entende que a classificação da escuta se tornou mais frequente na
medida em que a percepção sonora se transformou nas últimas décadas em um
elemento fundamental para a própria composição. Tratar da expansão da música
como experiência estética é traduzir este período de transição para o mundo
contemporâneo. Após a II Guerra, as fronteiras entre os países se diluíram e
o avanço tecnológico proporcionou teorias mais complexas.
A
partir de reflexões sobre os estudos de Pierre Schaeffer, Santaella afirma
que em meados deste século a composição musical passou a considerar qualquer
tipo de som, inclusive ruídos. Este é
um advento próprio do mundo contemporâneo. Por isso, existem ainda outras
classificações que podem ser utilizadas, além das nove modalidades
anteriormente resumidas. “Palavras como ritmo, melodia e harmonia – colunas
mestras da música que se engendrava a partir da nota como unidade – começaram
a desaparecer do vocabulário dos compositores”, em decorrência das rupturas
da linguagem sonora a partir de meados do século XX (2005, p. 88). Assim, “insatisfeitos com os timbres da
orquestra clássica, os compositores a ela adicionaram novos instrumentos:
percussão em profusão junto com instrumentos populares, antes considerados
indignos para comparecerem em um concerto” (2005, p.90). Fenômeno que evoca
uma espécie de crise interrupta, resultante de novas máquinas que registram,
amplificam, manipulam sintetizam, analisam e controlam o som. É a partir
deste desenvolvimento tecnológico que se permite a “criação de matérias e
trajetórias sonoras inauditas”.
Santaella
explora um novo mundo de percepções ao sinalizar que, a partir de Boulez,
existem sons a serem ouvidos e possibilidades a serem exploradas (2005,
p.91). A música eletrônica, por exemplo, proliferou o material sonoro,
adicionando novas transformações do som (BAYLE apud SANTAELLA).
Ao retomar Bayle (1993) e Wishart
(1996), Santaella apresenta uma “flexibilidade temporal” que, em um sentido
amplo, trata da impossibilidade de se detectar as hierarquias estruturais da
produção artística. Como exemplo, cita o “i-som”, um composto imagem-som, que
considera “o conceito espacial da forma que se revela com todas as suas
consequências” (2005, p.95). Por fim, interpreta a música contemporânea como
uma transgressão, como uma forma de renunciar aos esquemas e sistemas
formais, contrapor as inércias e estagnações. E é por estas razões que
Santaella ao analisar este panorama multifacetado e pluridimensional optou
por passar a chamar suas classificações de modalidades da sintaxe sonora e
não mais estritamente de sintaxe musical. “Enfim, uma classificação capaz de
abrigar não só a música das notas, mas também aquela dos grânulos, massas,
nuvens e poeiras de sons” (2005, p.96).
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IN MEMORIAN - Homenagem a Paulo Santos da Silva
"Para um amante da justiça, a morte é a coisa mais mal distribuída deste mundo. Não posso entender qual seja o critério com que a distribuição se dá. Mas, há um critério? A sorte joga os dados e ao resultado chamamos destino” - Bobbio.
Paulo Santos da Silva foi integrante do Grupo de Pesquisa Imbricamentos de Linguagens desde o ano de 2014. Defendeu a sua dissertação de Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade em 2015 – “Representações e memórias: jogos de poder nas lendas circulantes em Guaratuba recuperadas por vozes de mulheres”, na Linha de Pesquisa Patrimônio e Memória Social, da Univille - Joinville, SC. Pós-graduado em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUC, graduado em Letras - português/latim pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (1992). Atuou como professor na Faculdade do Litoral Paranaense - ISEPE, no Colégio Monteiro Lobato - em Guaratuba/PR, no SENAC - Caiobá, como professor substituto na Fafipar - Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá, no Colégio Nova Geração - Paranaguá, Curso Pré-Vestibular Evidente - Curitiba -, no Ensino Médio no Colégio Isepe de Guaratuba e no Ensino Fundamental, 4º Ciclo, na Sociedade Educacional Novo Éden, em Curitiba.
Foi contador de 'causos' e idealizador de pontes.
“Na travessia da vida não sou como ferry-boat, que atrasa, que perturba, que não evolui – só retrocede; na travessia da vida planto canções e ensinamentos, pérolas, flores e sentimentos, vejo e revejo o que fiz, para que quando a luz estiver se fechando, eu possa cantar que fui feliz.” Paulo Santos da Silva * 03.09.1964 + 31.07.2017
Fonte: https://www.correiodolitoral.com/21078/a-luta-continua
4º Ciclo de Conferencias sobre Estudios Latinoamericanos (IAPCS.UNVM)
UNIVERSIDAD NACIONAL DE VILLA MARIA - ARGENTINA
IDENTIDADES URBANAS E IDENTIDADES INTERCULTURALES:
LENDAS URBANAS RECUPERADAS POR VOZES DE MULHERES
Dra.Taiza Mara Rauen Moraes
Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE¹
Mestre Paulo Santos da Silva -UNIVILLE²
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LENDAS COMO REGISTROS IDENTIFICADORES DE PAISAGENS CULTURAIS
Paulo Santos da Silva
Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE¹
Taiza Mara Rauen Moraes
Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE²
Resumo
Falar sobre lendas, é falar sobre universos de memórias recriadas a cada (re)conto, que nascem de fatos reais acrescidos de informações ou sintetizados e são transformadas em novas narrativas como registros difundidos oralmente e recuperados mantendo vivas tradições coletivas e paisagens culturais. As lendas coletadas em Guaratuba/PR, contadas por vozes de mulheres, a partir de pesquisa desenvolvida nos anos de 2014 e 2015, reafirmam Paul Ricoeur (1995) ao sinalizar que em cada versão, o lendário (re)inaugura “novas formas de narrativas, que ainda não sabemos dominar”, num metamorfismo contínuo fixando culturas de linguagens em fluxo. Portanto, novas formas de narrar as lendas transmitem memórias de grupos, de uma época e cultura, revivendo pela oralidade no tempo presente histórias que recuperam tradições dos grupos envolvidos, cuja memória permite o sentido da orientação na passagem do tempo, que vem em mão dupla, do passado para o futuro e também do futuro para o passado através do presente em que se vive delineando paisagens culturais. Assim, no ato de narrar lendas, perpassam jogos ideológicos que podem apontar para o entendimento de como essas narrativas são recontadas no tempo presente, de como elas permitem novos e múltiplos olhares sobre as paisagens das quais originam e de como elas, as narrativas, podem ser vistas como memória de um grupo que se considera autor de sua própria história e faz da realidade vivida suas representações.
Palavras- chave: Atores sociais; Memórias; Lendas: Paisagem cultural.
Para ter acesso ao texto na íntegra, acesse: Texto III ENIPAC.
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